domingo, 14 de setembro de 2008

O problema do objeto


O problema do objeto é que queremos isolá-lo de nossa relação, ou ainda, torná-lo nítido, essencial, algo indubitável. Esse último caso é o que é frequente na Geografia como ciência, é um debate (se é que há um debate), sobre o que torna a disciplina original e autêntica entre as outras ciências. A saída é dizer algo sobre sua ontologia, dizer algo sobre seus fundamentos. O trabalho de Milton Santos quanto suas reflexões teóricas foram nessa direção e constituem um material importante para essa análise. De modo geral, o trabalho miltoniano segue uma tradição que é a identificação de um objeto (conceito fundamental) e como este objeto se atrela aos vários tipos de relações com outros conceitos que surgem no trabalho da disciplina. O problema desse tipo de análise é que ele está aberto as discussões circulares, pois deve-se desenvolver todo uma ontologia com um objeto basilar e anelante a todo conhecimento geográfico, destacando que relações ou que categoria de relações são relevantes à geografia. Vejamos se o que é basilar e primordial ou de primeira ordem de analise geográfica a relação homem e meio. Se partimos daí o que fica torna-se embaraçoso em certo sentido epistêmico, pois quais relações especificas dessa interação, seria o "forte da geografia" já que outras áreas também de forma especifica se importam com a relação homem e meio, como a ecologia, historia e até antropologia, o que torna isso especial em Geografia. Parece que a resposta inicial é dizer que a geografia tem sua maneira de pensar e destacar aspectos não revelados ou muito salientados pelas outras ciências a respeito dessa relação, mas aí a coisa foge de uma ontologia e caminha para o método, assim que distingue a Geografia como ciência de outras disciplinas é o método, desse modo volta-se a discussão para outros potencias conceitos. Penso hoje que a reflexão ontológica ainda é o caminho para responder tais perguntas, mas é preciso ir mais fundo, afinal o que é o homem nessa relação, assim também como entendemos esse "meio" e não se pode deixar de fora, o que estamos querendo dizer ou compreender por "relação". Não menor que tudo isso, aonde isso nos levaria....