sábado, 17 de outubro de 2009

Realismo e Geografia

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Realidade em Geografia



Esse é um tema que me interessou desde as leituras que fiz de John Searle, principalmente no que diz respeito a obra "Mente, linguagem e Sociedade: Filosofia no Mundo Real", porém antes já havia lido obras de filósofos analíticos de forma mais amadora e que discutiam sobre o realismo e linguagem, contudo chamava-me atenção sempre as questões sobre como representamos o mundo ou de como a usamos a linguagem para se referir sobre o que há no mundo. Resolvi amadurecer mais esses estudos, só que desse vez aproximando da minha área de origem e atuação, que é geografia, questões que envolvem as palavras espaço, lugar, território são pontos-chaves que estruturam toda a disciplina e pela qual os pesquisadores dessa área costumam mencionar e também usá-las quando querem descrever o mundo geográfico, costumam usar tais conceitos de forma muito convicta , mas creio que pouco discutem em que tipo de realismo está baseado esses conceitos. Ora usam como mera representação de coisas que existem, ou as vezes usam tais palavras como fosse entidades de existência indubitável. Outra questão que costuma emergir é sobre a diversidade de escolas, tendências e dicotomias que reina no universo da Geografia, para muitos isso é um desconforto, pois oferece a impressão de uma disciplina pouco coesa ou confusa sobre sua unidade de analise, nesse sentido entendo que é possível entender esse estado de coisas quando ultrapassamos a discussão sobre métodos ou procedimentos e, encaramos o que pressupõe a geografia, quando ela se propõe em descrever ou interpretar a realidade, essa é questão básica e pela qual acredito nascer parte ou toda essa diversidade de análises e interpretações geográficas sobre o mundo. No meu entender é preciso discutir que tipo de realismo a geografia está fundamentada ou naquilo que mais acredito: que as varias formas de fazer geografia em toda sua diversidade, constituem fruto das maneiras como é encarada a realidade. Há algumas diferenças de métodos e até mesmo de ideário, mas creio que a raiz dessa diversidade pode ser mais bem esclarecida quando perguntamos "que pressuposto parte a análise do geógrafo quando encara aquilo que chama de realidade' ou "que pressuposto essa ou aquela corrente em geografia tem quando começa a descrever o mundo".