segunda-feira, 8 de abril de 2013

Henri Lefebvre - A cidade e o capital





Apesar de Marx não explicitar o papel da cidade na evolução do capital, Lefebvre avança, através do método materialista-histórico, para explorar as etapas da evolução histórica das cidades em relação as suas formas de propriedade e acumulação de capital. Para Lefebvre, o domínio das formas capitalistas se faz a partir da realidade urbana, no e pelo espaço. Também chama atenção que a cidade é o lugar, por excelência, onde se dá o processo de divisão social do trabalho, da separação da produção e da sociedade em favor da acumulação do capital, por parte de uma classe. A produção não é mais domínio total do artesão, ela é dividida e controlada pelo dono do capital. O excedente produtivo e um meio de troca, mas numa escala que vai além do local. Com o ambiente fabril consolidado na cidade, as hierarquias urbanas saem da esfera do comando político, para o domínio do econômico. A cidade é, agora, lugar onde o capital centraliza e comanda seu derredor. A tese de Lefebvre, a meu ver, é pensar a cidade como local não somente de uma lógica capitalista de acumulação e exploração, mas de uma ideologia industrial, que captura o estado e organiza a sociedade para uma trajetória em que não reconhecermos nem a cidade como obra nem a produção como trabalho social.

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