terça-feira, 21 de maio de 2013

Musica o elo do tempo e lugar




Estava eu ouvindo "Qui nem jiló", a letra, é verdade não fala nada de geografia, nem de redes, nem territorialidade. Decerto, nem fala de história, mas fala de sentimentos, e sim, expressa alguma geograficidade. Eu escutava essa música, por uma rádio local, não me recordo agora, em qual voz, sei que era lindamente cantada por uma bela voz feminina. Mas, aí me deu uma vontade de ouvi-la na voz de Luiz Gonzaga, esse que é um dos representantes da música popular brasileira, um representante da nordestinidade. Como já estava no tunel que liga o passado e presente, ou seja, o you tube, resolvi ouvir, também em outras vozes, dessa vez, com outro cantor emblemático do nordeste, na voz de Dominguinhos e na companhia da sua sanfona, para minha sorte, era um video que tinha, o acréscimo de outro convidado genial; mestre Sivuca. Mas, toda essa andança musical,estava me revirando outros sentimentos, bem mais fundo ainda, que me pedia para recordar sobre o onde. De onde a familiaridade, esse desejo de ouvi-la mais. Essa música era algo de mim. O que me fazia ser tocado por essa musica. Ofuscamento do sentimento, deu vazão a imagem, lembrei-me, então, da casa de meus avós, onde já tinha escutado essa musica quando criança. Mas não somente essa música, mas outros vários forrós. Lembrei de meu avô e avó. Recordei de meu avô alegre e satisfeito com sua sonata, ouvindo forró pela casa. Meus avós vieram de Pernambuco, para São Paulo, fazer a vida. Meu avô, sujeito simples e humilde, me contara, certa vez, que presenciou ainda menino, o tropel de Lampião próximo onde morava. Mas agora, estou viajando longe, muito longe, estou a falar de outros lugares e outra época. Tão longe, que não consigo separar presente e passado, lugar agora e lugar outro.
A música é as vezes isso, nosso elo com o passado. Mas também a música é nosso elo com o onde, com a escala de uma casa, de uma rua, de cidade, de uma família. Sim, agora que terminei esse relato pessoal, creio que falei de mim e meu entorno, falei do presente e do passado, do lugar que estou e do lugar que um dia estive, na casa e da figura de meus avós..."saudade o meu remédio é cantar....".

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